Resumo
Objetivou-se analisar as interrupções nas atividades primárias de enfermeiros intensivistas. Pesquisa exploratória, realizada no Centro de Terapia Intensiva de um hospital universitário, através da observação das atividades de 10 enfermeiros. Classificamos a complexidade das atividades considerando o risco de erros e demanda cognitiva exigida. Registramos 630 atividades primárias, destas 359 foram interrompidas, gerando 359 atividades secundárias, aumentando 60% a carga laboral dos profissionais. Prevalência de interrupções 0,57, média 35,9 interrupções/dia, 3 interrupções/hora. As interrupções ocorreram: procedimentos técnicos indiretos 169, diretos 87, gestão da assistência 97, da unidade 3, atividades pessoais 3. As atividades primárias de alta complexidade interrompidas decorreram em: procedimentos técnicos indiretos 99, diretos 87, gestão da assistência 49, totalizando 235 das interrupções. Ocorrência de interrupções manhã (171), tarde (188), sendo a principal fonte a equipe de enfermagem 174. Principais atividades secundárias registradas: informar/orientar (182), resolução/problema (39), fornecer material/medicação (38). As interrupções foram frequentes nas atividades primárias dos enfermeiros, predominando naquelas de alta complexidade, predispondo-os a erros, comprometendo a segurança do paciente, além de aumentar sua carga de trabalho com atividades secundárias adicionais.