Resumo
Objetivou-se descrever a experiência da doação e da triagem clínica na perspectiva do doador. Trata-se de estudo transversal descritivo e analítico, com amostragem não probabilística, entre novembro de 2018 e março de 2020. O cenário foi um serviço de hemoterapia no Rio de Janeiro. Utilizou-se um questionário autoaplicável com 32 perguntas para os candidatos à doação de sangue. Foram feitas análises univariadas e bivariadas, aplicou-se teste do qui-quadrado, considerando-se um nível de significância de 5%, através do software SPSS, da IBM. Dos 400 respondentes, 54,8% estavam doando espontaneamente; 71,5% declararam serem doadores de repetição; 36% referiram ter interesse em resultados de exames sorológicos; 88,3% admitiram confiar plenamente nos resultados de tais exames; 65,8% declararam não ter conhecimento acerca das unidades de saúde onde poderiam realizá-los; e 59,8% consideravam possível a transmissão de infecções por meio transfusional. Sobre os doadores de repetição; 66,4% referiram terem sido questionados sobre vulnerabilidades e situações de risco na triagem clínica; para 38,8%, não ficou clara a oportunidade de autoexclusão. Nesse contexto, o enfermeiro tem papel tanto na abordagem ao doador na triagem clínica, quanto na explicação sobre o processo de doação, de modo a permitir uma tomada de decisão consciente pela autoexclusão, embasada na orientação adequada quanto à sua vulnerabilidade.