Resumo
Objetivou-se medir os escores das funções cognitivas de atenção e memória de enfermeiros intensivistas e discutir suas repercussões na segurança do paciente. Estudo quase-experimental mediante aplicação de pré e pós-testes neuropsicológicos em 10 enfermeiros intensivistas antes e após seu plantão diurno. Constatamos redução do escore da memória de trabalho após plantão (mediana 26,50/média 26,40), antes (mediana 27,00/média 28,00), representando 6% de decréscimo. Considerando 10% de significância o teste unilateral da memória de trabalho foi significativo (p=0,06), indicando diminuição do escore após plantão em todos os participantes. Nos testes de atenção dividida (TEADI) após plantão (mediana 167,00/média 154,40), antes (mediana 106,00/média 110,40), aumento de 40% na média; atenção alternada (TEALT), antes plantão (mediana 115,50/média 109,00), após (mediana 124,00/média 119,30), aumento de 9% na média. A 10% de significância os testes bilaterais foram significativos (TEADI p=0,002; TEALT p=0,009), indicando diferença dos escores antes e depois do plantão. Observamos aumento dos escores de atenção dos enfermeiros ao final do plantão, justificado pelo enfrentamento de situações problema ao longo da jornada, elevando seus níveis atencionais. Em contrapartida, houve decréscimo do escore da memória de trabalho, associado às múltiplas tarefas realizadas e constante processamento de novas informações durante seu turno, impondo elevadas demandas à memória.