Resumo
Objetivou-se compreender a assistência de enfermagem prestada nas urgências e emergências a pacientes após tentativa de autoextermínio. Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa, de caráter crítico-reflexivo e descritivo e abordagem quantiqualitativa. Para a análise foram levados em consideração os aspectos qualitativos e quantitativos dos dados epidemiológicos disponíveis. Para melhor compreensão, foram elaboradas duas categorias, tais quais: Autoextermínio no Brasil de 2010 a 2019 e Autoextermínio na urgência e emergência. Observa-se que a Enfermagem lida diretamente com pacientes abalados mentalmente depois do acontecido, e com pacientes em riscos de reincidência de tentativa. Sendo, uma oportunidade de acolhimento, cuidado integrado buscando criar relacionamento de confiança entre profissional e paciente, ajudando na prevenção de novas tentativas. Ademais, a realidade observada na maioria dos profissionais, como o despreparo para lidar com pacientes com ideação suicida, atitude negativa mediante ao cuidado, carência de habilidades comportamentais éticas e humanas, constatando assistência com cunho mais técnico e clínico, ignorando o lado psicológico fazendo com que fique prejudicada a restauração da saúde biopsicossocial.
Referências
Santos MCL, Giusti BB, Yamamoto CA, Ciosak SI, Szylit R. Suicídio em idosos: um estudo epidemiológico. Rev Esc Enferm USP. 2021;55:e03694. ttps://doi.org/10.1590/S1980-220X2019026603694
World Health Organization (WHO). Preventing suicide: a global imperative. Geneva: WHO Library; 2014.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico. Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. v. 52. Brasília (DF): MS; 2017.
Santos EGO, Azevedo AKS, Silva GWS, Barbosa IR, Medeiros RR, Valença CN. The look of emergency nurse at the patient who attempted suicide: an exploratory study. Online braz j nurs. 2017;16(1). https://doi.org/10.17665/1676-4285.20175416
Crosby AE, Ortega LV, Melanson C. Self-directed Violence Surveillance: Uniform Definitions and Recommended Data Elements. Atlanta: National Center for Injury Prevention and Contro; 2011.
Monteiro RA, Bahia CA, Paiva EA, Sá NNB, Minayo MCS. Hospitalizações relacionadas a lesões autoprovocadas intencionalmente – Brasil, 2002 a 2013. Ciência & Saúde Coletiva. 2015;20(3):689-700. DOI: 10.1590/1413-81232015203.16282014
Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. 2015;19(3):445-453. https://doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0193857
Botega NJ. Comportamento suicida: epidemiologia. Psicologia USP. 2014;25(3):231-236. https://doi.org/10.1590/0103-6564D20140004
Vidal CEL, Gontijo ECDM, Lima LA. Tentativas de suicídio: fatores prognósticos e estimativa do excesso de mortalidade. Caderno de Saúde Pública. 2013;175-187. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000100020
Fontão MC, Rodrigues J, Lino MM, Lino MM, Kempfer SS. Cuidado de enfermagem às pessoas atendidas na emergência por tentativa de suicídio. Rev Bras Enferm. 2018;71(suppl.5):2199-2205. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0219
Magalhães APN, Alves VM, Comassetto I, Lima PC, Faro ACM, Nardi AE. Atendimento a tentativas de suicídio por serviço de atenção pré-hospitalar. J. bras. Psiquiatr. 2017;63(1):16-22. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000003
World Health Organization (WHO). Suicide. Geneva: WHO Library; 2021.
World Health Organization (WHO). Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. Geneva: WHO Library; 2017.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. Mortalidade por suicídio e notificações de lesões autoprovocadas no Brasil. Brasília (DF): MS; 2021.
World Health Organization (WHO). Saúde pública ação para a prevenção de suicídio: uma estrutura. Geneva: WHO Library; 2012.
Nock MK, Hwang I, Sampson N, et al. Cross-National Analysis of the Associations among Mental Disorders and Suicidal Behavior: Findings from the WHO World Mental Health Surveys. PLoS Medicine. 2006;6(9):1-17. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000123
Oliveira SMC, Nascimento TS, Feitosa DJC, Ribeiro CRFR, Teixeira RB, Anselmi RF. Epidemiologia de mortes por suicídio no Acre. Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2016;20:25–36.
Silva ACS, Alberto MFP. Fios soltos da rede de proteção dos direitos das crianças e adolescentes. Psicol Cienc Prof. 2019;39:e185358. http://doi. org/10.1590/1982-3703003185358
Navarro CC, Martinez CP. Attitudes of nursing professionals towards suicidal behavior: influence of emotional intelligence. Rev Latino-Am Enferm. 2012;20(6). https://doi.org/10.1590/S0104-11692012000600019
Dória R, Faro A. Estigma em Pacientes Admitidos em Urgência/Emergência por Tentativa De Suicídio: Análise de Estudantes e Profissionais da Saúde a Partir de Casos Hipotéticos. Revista Salud & Sociedad [Internet]. 2017 [acesso em 27 jul 2022];8(3):200-215. Disponível em: https://revistas.ucn.cl/index.php/saludysociedad/article/view/2648
Silva LS, Nitschke RG, Verdi MIM, Tholl AD, Lanza FM, Oliveira PP, Viegas SMF. Being ethical and bioethical in daily life of primary health care: nurses’ perceptions. Rev Bras Enferm. 2022;75(03). https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0093
Nebhinani M, Nebhinani N, Tamphasana L, Gaikwad AD. Nursing students’ attitude towards suicide attempters: a study from rural part of Northern India. Journal of Neurosciences in Rural Practice. 2013;4(4):400-407. DOI: 10.4103/0976-3147.120240
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução n.º 564, de 6 de dezembro de 2017. Nos termos do inciso III do artigo 8º da Lei 5.905, de 12 de julho de 1973, compete ao Cofen elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos Regionais. Brasília (DF): COFEN; 2017.
Azevedo EG. A abordagem ao suicídio no SUS. (Trabalho de conclusão de curso) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis; 2012.
Moraes CLK, Guilherme Neto J, Santos LGO. A classificação de risco em urgência e emergência: os desafios da enfermagem. Glob Acad Nurs. 2020;1(2):e17. https://dx.doi.org/10.5935/2675-5602.20200017
Souza CC, Araújo FA, Chianca TCM. Produção científica sobre a validade e confiabilidade do Protocolo de Manchester: Revisão integrativa da literatura. Rev Esc Enferm USP. 2015;144-151. DOI: 10.1590/S0080-623420150000100019
Oguisso T, Schmidt MJ. O exercício da enfermagem: uma abordagem ético-legal. 4. ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2017.
Cairo JVF, Freitas THD, Francisco MTR, Lima ALR, Silva LA, Marta CB. Enfermagem em saúde mental: a assistência em um cenário de mudanças. Glob Acad Nurs. 2020;1(3):e56. https://dx.doi.org/10.5935/2675-5602.20200056
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2023 Global Academic Nursing Journal