Resumo
Objetivou-se relatar o conhecimento de mulheres de uma Unidade Básica de Saúde em relação à violência obstétrica. Estudo exploratório qualitativo com 11 mulheres, em uma Unidade Básica no RJ, com parecer SMS RJ nº 3.087.870. Observou-se que as mulheres compreendem pouco os atos violentos e invasivos e que as mesmas têm dificuldades de definir o que é a violência obstétrica sofrida durante o parto, algumas delas relatam que a violência sofrida se faz necessária pois em alguns momentos a vida delas e do bebê são colocadas em risco. Relataram vulnerabilidades durante o trabalho de parto, se sentem omissas e relatam medo, estão em um momento frágil precisando de apoio. E os procedimentos técnicos mais citados caracterizadores de violência obstétrica, utilizados são: Exame de Toque Recorrente, Episiotomia, Manobra de Kristeller, Tricotomia, proibição de deambulação e uso de ocitocina. Conclui-se, que, muitas destas ações de violências, não são compreendidas pelas mulheres como violência obstétrica, pois a violência institucional é invisível ou é aceita socialmente como natural, porque é justificada como “práticas necessárias ao bem-estar das próprias mulheres” observou-se que poucas mulheres mostraram conhecimento em relação a violência obstétrica e fragilidade na autonomia feminina, como desejar que seu parto seja realizado.